O surgimento do Império veio como consequência do esforço de expansão crescente de Roma durante os séculos III e II a.C.
Segundo
alguns historiadores, a população sob o domínio de Roma aumentou de 4
milhões em 250 a.C. para 60 milhões em 30 a.C., o que ilustra como Roma
teve o seu poder ampliado nesse período, de 1.5% da população mundial,
para 25%.
Nos últimos anos do século II a.C., Gaius Marius
transformou o Legião romana num exército profissional, no qual a
lealdade dos soldados de uma legião era declarada ao general que a
liderava e não à sua pátria. Este fato, combinado com as numerosas
guerras que Roma travou nos finais da República (Invasão dos Cimbros e
Teutões, Guerras contra Mitridates, rei do Ponto, entre outras, a
culminar nas guerras civis do tempo de César e Augusto) favoreceu o
surgimento de uma série de líderes militares (Sulla, Pompeu, Júlio
César), que, apercebendo-se da força à sua disposição, começam a
utilizá-la como meio de obter ou reforçar o seu poder político.
As
instituições republicanas encontravam-se em crise desde o princípio do
século I a.C., quando Lucius Cornelius Sulla quebrou todas as regras
constitucionais ao tomar a cidade de Roma com o seu exército, em 82
a.C., para se tornar ditador vitalício de seguida. Sulla resignou e
devolveu o poder ao senado romano, mas no entanto o precedente estava
lançado.
Júlio César (100-44 a.C.).
Esta
série de acontecimentos culminou no Primeiro Triunvirato, um acordo
secreto entre César, Pompeu e Crasso. Tendo este sido desfeito após a
derrota de Crasso em Carrhae (53 a.C.), restavam dois líderes
influentes, César e Pompeu; estando Pompeu no lado do Senado, este
declara César inimigo de Roma, ao que César respondeu, atravessando o
Rubicão e iniciando a Guerra Civil. Tendo vencido Pompeu em Farsalia
(Agosto 48 a.C.) e as restantes forças opositoras em Munda (45 a.C.),
tornou-se efectivamente a primeira pessoa a governar unipessoalmente
Roma, desde o tempo da Monarquia. O seu assassinato pouco tempo depois
(Março 44 a.C.), às mãos dos conspiradores liderados por Brutus e
Cássio, terminou esta primeira experiência de governo unipessoal do
estado romano.
Por esta altura, já a República tinha sido
decisivamente abalada, e após a derrota final dos conspiradores, o
surgimento do Segundo Triunvirato, entre Octávio, Marco António e
Lépido, e a sua destruição na Guerra Civil seguinte, culminando na
decisiva Batalha de Actium (31 a.C.), deixou Octávio como a única pessoa
com poder para governar individualmente Roma, tornando-se efectivamente
no primeiro imperador romano, fundando uma dinastia (Júlio-Claudiana)
que só a morte de Nero (68 d.C.) viria a terminar.
Uma vez que o
primeiro imperador, César Augusto, sempre recusou admitir-se como tal, é
difícil determinar o momento em que o Império Romano começou. Por
conveniência, coloca-se o fim da República em 27 a.C., data em que César
Augusto adquire este cognome e em que começa, oficialmente, a governar
sem parceiros. Outra corrente de historiadores coloca o princípio do
Império em 14 d.C., ano da morte de Augusto e da sua sucessão por
Tibério.
Augusto (63 a.C.-14 d.C.).
Nos
meios acadêmicos, discutiu-se bastante a razão pela qual a sociedade
romana, habituada a cerca de cinco séculos de república, aceitou a
passagem a um regime monárquico sucessório. A resposta centra-se no
estado endêmico de guerra civil que se vivia nos anos prévios a Augusto e
no longo reinado de quarenta e cinco anos que se seguiu, notável pela
paz interna. Com a esperança de vida média em cerca de quarenta e cinco
anos, à data da morte de Augusto, o cidadão romano médio não conhecia
outra forma de governação e estava já preparado para aceitar um
sucessor.
O reinado de César Augusto é considerado por todos os
historiadores como um período de prosperidade e expansão. A nova
estrutura política criada por Augusto designa-se por "principado", sendo
o chefe do império designado por princeps civium (o primeiro dos
cidadãos) e ao mesmo tempo princeps senatus (o primeiro do Senado). O
termo princeps está na origem da palavra príncipe, que não era o título
do chefe do Estado. O título era "César" e foi este que Augusto e seus
sucessores adoptaram.
Augusto era também comandante-chefe do
exército e decidia a guerra ou a paz e auto-nomeou-se "tribuno por toda a
vida". Augusto, que não era especialmente dotado para a estratégia, mas
tinha bons generais como Agripa na sua confiança, anexou oficialmente o
Egipto, que já estava sob domínio romano havia 40 anos, toda a
península Ibérica, a Panónia, a Judeia, a Germânia Inferior e Superior e
colocou as fronteiras do Império nos rios Danúbio e Reno, onde
permaneceram por 400 anos.
O império que Augusto recebeu era
vasto e heterogêneo, com várias línguas e vários povos. O grego era a
língua mais falada nos territórios orientais, e o latim progredia pouco
nestes territórios, mas nos territórios ocidentais era a língua mais
falada. Augusto passou a tratar todos os habitantes do império como
iguais e visitou várias zonas para verificar quais os problemas de cada
província, assim estas floresceram e atingiram o máximo do seu
desenvolvimento.
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